O que eu tenho?
A idade em que uma pessoa toma sua primeira bebida alcoólica pode influenciar negativamente os genes ligados ao alcoolismo, fazendo os indivíduos mais jovens mais suscetíveis a problemas futuros.
Um grupo de pesquisadores liderados por Arpana Agrawal, da Universidade de Washington, nos EUA, estudou mais de 6 mil casos de gêmeos. Eles queriam entender se a idade em que um dos irmãos começava a beber influenciava ou não sua dependência na vida adulta. Os resultados mostraram que quanto mais cedo se dava essa iniciação, maior o risco de desenvolver dependência e maiores os comprometimentos dos fatores genéticos.
“Parece que houve influência na genética desses indivíduos quando seus primeiros contatos com o álcool ocorreram em idades mais jovens” diz Agrawal. “Já havia indicações desse efeito na literatura médica, mas conseguimos apresentar o primeiro teste validando essa hipótese.”
Os dados foram coletados pelos pesquisadores por meio de extensas entrevistas com gêmeos (idênticos ou não), de ambos os sexos, entre 24 e 36 anos e usando um modelo estatístico que compensava outras influências genéticas e ambientais não relacionadas ao estudo. Considerando que irmãos gêmeos compartilham 100% do DNA, as diferenças nos comportamentos quanto ao álcool em um par de irmãos devem vir de fatores ambientais.
Agrawal e sua equipe demonstraram que quando um dos gêmeos tinha contato com álcool muito cedo na juventude (alguns até na infância), mais os fatores genéticos que contribuíam para o risco de dependência de álcool se tornavam proeminentes. Para aqueles irmãos que começavam a beber em idades mais avançadas, os fatores genéticos eram menos ativos.
“A idade da primeira bebida alcoólica é um fator de risco conhecido, e há duas hipóteses para isso: uma é que fatores genéticos e ambientais contribuem para o risco da dependência de álcool e na probabilidade disso acontecer mais cedo na vida de uma pessoa. A segunda sugere que iniciando o consumo de álcool mais cedo, isso influenciaria negativamente no desenvolvimento da dependência, independentemente dos fatores associados. Nosso estudo sugere que ambas as afirmações podem ser corretas” diz Agrawal, apontando um possível ciclo de resultados negativos no processo da dependência do álcool.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas).
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