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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vício nos jogos eletrônicos é bem parecido com outras dependências

 

O problema é tão sério que existe até programas especiais para tratar dos doentes e orientar os pais. Veja os sintomas que indicam a dependência.

Quanto tempo seu filho costuma ficar jogando vídeo game? Cuidado: quando essa diversão é excessiva a criança ou o jovem podem se tornar dependentes de jogos eletrônicos. Esse já é considerado um novo vício. O problema é tão sério que existe até programas especiais para tratar dos doentes e orientar os pais.



O rapaz que hoje tem 17 anos descobriu o mundo dos jogos eletrônicos aos dez. “Então eu jogava meia hora e eu negociava com o meu pai: ah, pai, posso ficar mais um pouco, posso ficar uma hora hoje. Nisso ele ia cedendo e eu ia ficando mais”, conta.

E o prazer virou vício.

Deixava de jantar, de almoçar, essas coisas. Sexta-feira meus amigos me chamavam pra sair e eu não saia. De final de semana eu chegava a jogar 12 horas, 14 horas de vez em quando, nas férias era direto, vários dias seguidos”, confessa.

Durante quatro anos o garoto fez do jogo o centro de sua vida. Continuou estudando, mas parou de sair, de conviver com os amigos. À noite esperava todos dormirem para jogar escondido. Ficava até as seis da manhã no computador. Só ia pra cama pouco antes dos pais acordarem pra que eles não percebessem.


Foi a mãe que notou que o filho precisava de ajuda. Demorou até encontrar um tratamento específico. Cristiano Nabuco de Abreum, coordenador do Programa de Dependência em Internet do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, explica que o vício nos jogos eletrônicos é bem parecido com outras dependências.

Durante o jogo o cérebro libera na corrente sanguínea uma substância chamada dopamina, que causa uma sensação de bem-estar. Quanto mais a pessoa joga, mais essa substância é liberada e mais prazer ela tem.
“Por não serem maiores de 18 anos eles ainda não estão com sua maturação cerebral plenamente desenvolvida. Então teriam naturalmente uma dificuldade de conter seus impulsos”, fala o psicólogo.

Veja os sintomas que podem indicar a dependência:

- o jogo se transforma na atividade mais importante;
- o jogador precisa jogar cada vez mais;
- a pessoa deixa de se relacionar com os amigos e com a família.


O psicólogo diz que é difícil perceber o problema porque a internet é nova tanto para a geração de pais quanto para a dos filhos. “Você utiliza da sua experiência vivida lá atrás exatamente para poder dar uma referência. No caso da internet, nós mais velhos não vivemos isso.”

O rapaz do início da reportagem está em tratamento há oito meses e começa a redescobrir a vida. “Voltei a sair com os amigos, viajar, sair em balada estas coisas. Mudei. As noites que eu ficava no jogo, não perderia mais”, diz.

Muita gente deve estar se perguntando: por que esses pais simplesmente não desligam os aparelhos? Mas isso seria só transferir o problema para outros lugares, como casa de amigos ou uma lan house.


Os médicos alertam que o jovem viciado em jogos eletrônicos deve ser tratado como um doente e receber o tratamento adequado.

O Ambulatório de Psiquiatria do Hospital das Clínicas em São Paulo está com inscrições abertas para tratamento de dependentes digitais.

Fonte: Jornal Hoje
Fotos: Giuliano

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