Entendemos por droga, qualquer substância de origem vegetal ou animal que atue no organismo dos seres vivos para fins de tratamento, diagnóstico ou profilaxia de doenças, ou que tenha uma ação entorpecente, alucinógena, estimulante ou excitante do sistema nervoso central, determinando nos seus usuários um estado psíquico agradável e euforizante. As drogas mais usadas no mundo com finalidade entorpecente e alucinógena são alcaloides derivados de plantas como a cocaína encontrada nas folhas de coca (Erythroxilum coca), o ópio encontrado na papoula (Papaver somniferum), a nicotina encontrada na folha do tabaco (Nicotiana tabacum) e o Delta-9-tetrahidrocanabinol encontrado nas folhas e flores da maconha (Cannabis sativa). Esses quatro alcaloides e seus derivados semissintéticos são responsáveis por mais de 90% dos casos de dependência química nos usuários de drogas em todo o universo. Dessas drogas, a maconha é a que mais aumentou sua produção e consumo mundial. O que temos observado na atualidade é uma crescente imposição, determinada por certos segmentos da sociedade para que maconha seja descriminalizada e liberada para consumo "in natura". A euforia dos consumidores da droga é alarmante e tornou-se uma verdadeira febre mundial. O Brasil não ficou à parte dessa celeuma imposta por uma minoria de dependentes da droga. Em cinco anos, de 2000 a 2005, o consumo de maconha no Brasil aumentou 160%. Atualmente temos cerca de quatro milhões de usuários. Alegam os seus consumidores que ela não causa dependência e tem propriedades medicinais. Ora, todos os alcaloides citados têm propriedades médicas e foram ou são utilizados na fabricação de medicamentos consumidos pelo homem na medicina atual. A maconha pelo seu fetichismo milenar em muitas culturas conseguiu penetrar através dos anos em todos os segmentos da sociedade, ocasionando uma verdadeira revolução na juventude que vem realizando passeatas em vários estados do País para forçar os governantes a determinar sua liberação como droga de consumo recreativo. E deram um grande passo com o apoio do STF liberando a realização das passeatas. Estamos em total estado de anestesia. Até que mude a legislação fumar, portar ou contrabandear maconha é crime, de acordo com a Lei Nº 11.343, de 26 de agosto de 2006.
Combater o uso de drogas psicoativas se faz com o binômio "educação continuada nas escolas e comunidades e repressão ao contrabando". Aqui no Brasil não se faz uma coisa nem outra. O nosso precário sistema educacional não tem inserido no seu currículo nada que aborde o tema "drogas" e nossos professores não são treinados para tal fim. Ao mesmo tempo nossas fronteiras estão totalmente abertas e desguarnecidas. Têm um efetivo policial militar precário, mal remunerado e sem condições de trabalho. Assim, o contrabando corre solto via Paraguai, Bolívia, Peru e Colômbia. O governo brasileiro ainda não atacou o maior problema ligado às drogas, ou seja, o financiamento do crime organizado. Pior ainda seria a discriminação das drogas, uma vez que ela joga a questão no vácuo jurídico. Nesse caso a maconha não seria "legal" o bastante para ser vendida por comerciantes, mais seria "legal" para ser consumida e ainda teria de ser comprada exclusivamente de traficantes, mas o usuário não estaria cometendo um crime portando ou consumindo a droga. Dessa maneira estamos diante de um grande paradoxo. Legaliza-se o uso da maconha e cria-se um monopólio do tráfico da droga. Afinal, o uso de drogas estã deixando de ser crime, mas a venda continua ilegal, o que seria um incentivo para que organizações criminosas continuem comercializando seus produtos viciantes. Esse é o panorama atual das drogas no Brasil. Estamos perdendo a batalha para as drogas com o incentivo de uma minoria apoiada por um sistema governamental executivo inoperante e o beneplácito de um judiciário subalterno.
Fonte: Josias Cavalcante - médico pneumologista e espec. em dependência química.
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