O consumo de risco é associado a baixa escolaridade, estresse e insatisfação conjugal, diz pesquisa
Falta de apoio do parceiro, estresse e menor escolaridade levam gestantes a consumir álcool. Essas foram as conclusões da pesquisa que foi apresentada pela terapeuta de família Joseane de Souza, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, no 28º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, em Fortaleza, no Ceará.
“As gestantes com consumo de risco apresentaram pior suporte social e mais sinais de transtornos mentais”, diz Joseane.
De acordo com a pesquisa, 22% das gestantes consome álcool regular ou esporadicamente. Esse número, concluiu o estudo, é maior do que o de gestantes com depressão.
"Mulheres bebem como resposta aos conflitos emocionais com o companheiro. Muitas iniciam uso de drogas influenciadas por ele, para acompanhá-lo", diz a terapeuta.
Diferentemente das mulheres, homens tendem a iniciar o uso de álcool e drogas por influência de amigos. Entre as grávidas mais expostas, 86% convivem com parceiros que bebem. Entre as que não consomem álcool, esse número foi de 40%. É maior também o número de mulheres que bebem e trabalham – 59% contra 37% entre as que não consumiram álcool. Entre outros fatores de risco associados estão histórico de uso problemático de álcool, abuso físico e sexual, depressão e companheiros com problemas de uso de drogas ilegais.
O estudo levantou ainda estratégias de prevenção e enfrentamento ao consumo de álcool. "Percebemos que quando a grávida tem pessoas em que possa confiar, fica mais apta a lidar com fatores de estresse”, diz Joseane.
“De modo geral, a mulher está bebendo mais, principalmente na idade reprodutiva. É quando acontece a gravidez, incluindo as não desejadas, que são o maior fator de estresse para elas”, diz Larissa Esper, mestranda em saúde mental que avaliou o impacto da gestação nos níveis de estresse da mulher na mesma pesquisa.
“Muitas gestantes não consideram todas as bebidas alcóolicas como tal. Se elas tomam um chopinho para acompanhar o marido, ou uma batida doce no fim de semana, dizem que não bebem”, afirma Larissa.
Os dados servirão de base para criar um programa de intervenção no pré-natal, focado em reduzir consumo de álcool.
“É preciso incluir o parceiro, já que as mulheres que consomem álcool estão bebendo para acompanhá-lo ou para suportar situações difíceis no relacionamento”, diz Joseane. Ela defende que é necessário rastrear o consumo de álcool da mesma forma como é feito o rastreamento da hipertensão e do diabetes.
O principal distúrbio causado pelo consumo de álcool na gravidez é a Síndrome Fetal do Álcool, que pode afetar a formação de órgãos internos e da face, além de gerar bebês com menor peso e baixa estatura no nascimento.
Fonte: Portal IG
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