Mais de 20 estrangeiros foram presos em Fortaleza, no Aeroporto
Internacional Pinto Martins, acusados de tráfico de drogas nos últimos
oito meses. O trabalho da Polícia Federal contra o narcotráfico
contabiliza também mais de 80 quilos de cocaína apreendidos e um
bloqueio à entrada de drogas sintéticas no Ceará, como o LSD e o
ecstasy.
A proximidade entre Fortaleza e outros continentes, como Europa e
África, é um dos principais fatos que incluem o Pinto Martins na rota
internacional do tráfico.
Outro fator é a demanda do narcotráfico
interno. As prisões efetuadas pela
Polícia Federal envolveram nos
últimos oito meses
estrangeiros de 10 nacionalidades, entre
europeus,
asiáticos,
sul-americanos e
africanos.
O
Diário do Nordeste Online teve acesso a todo o saldo de operações
da
Polícia Federal este ano no Pinto Martins. Ao todo foram apreendidos
21 estrangeiros e
82 quilos de cocaína, além de
16,5 mil micropontos de
de LSD e
27,6 mil unidades de Ecstasy. Foram 10 europeus, seis
sul-americanos, três africanos e dois asiáticos. Também foram presos
dois brasileiros que eram radicados na Itália.
Confira infrográfico com a nacionalidade dos traficantes presos em Fortaleza
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Arte: Felipe Belarmino
Fortaleza é rota de entrada e saída de drogas Em
setembro deste ano uma operação da PF prendeu somente de uma vez os
bolivianos Wilfredo Ruis Arias e Miguel Angel Ruiz Jimezes, pai e filho,
acusados de transportar mais de seis quilos de cocaína. Já em outubro
um casal da Romênia, Andree Burça e Alexandru Zoltan Jakab, foi
capturado com mais de dois quilos.
Fortaleza também se encontra na rota internacional do narcotráfico
como receptora de drogas. Um dos principais casos, no entanto, envolveu
uma brasileira, em maio. A carioca Monica Lima Teixeira foi presa no
Pinto Martins e, segundo a Polícia Federal, ela transportava 16,5 mil
micropontos de LSD e 27,6 mil unidades de ecstasy. O material estava
entrando no Brasil, procedente da Europa.
Carioca teria servido de 'mula' para trazer ecstasy e LSD
De acordo com o inquérito, Mônica foi presa tentando desembarcar com o
material, vinda de Portugal. A viagem havia começado na Bélgica e
terminaria no Rio de Janeiro, embora ainda não tivesse comprado a
passagem. Presa, ela se identificou como "vendedora autônoma de roupas e
bijuterias" e que estava somente carregando o material - não venderia a
droga e nem lhe pertenceria.
Mônica preferiu não se manifestar. Afirmou que não desejava comunicar
sua prisão a família, por sua mãe já ser idosa, e que era uma "pessoa
humilde e dede baixa escolaridade". Disse ainda que desconhecia a droga e
que teria sido enganada por um homem na Europa: após uma discussão ele
teria destruído suas malas e, depois, providenciado novas bagagens e a
passagem de volta, mas nas malas havia um fundo falso.
Um dos agentes da PF explicou que o LSD e o Ecstasy não são
produzidos na América Latina. Segundo ele, é necessária a sua coleta no
exterior. Neste caso o tráfico acontece com a 'mula' - pessoa com a com a
missão de buscar a droga - saindo do país, buscando o material no
exterior e o introduzindo em seguida no Brasil. O policial afirmou ainda
que pela experiência que possui, pode afirmar que parte da droga seria
consumida em Fortaleza e o restante em outros estados.
Drogas são importadas da Europa para o Brasil Para o
delegado Lima Júnior, da Polícia Federal, a proximidade dos festejos de
fim de ano eleva o número de apreensões feitas pelo orgão. "O tráfico
oriundo de Fortaleza alimenta o mercado consumidor europeu e asiático. É
a questão da oferta e da procura", destaca.
Desde o começo do
ano 14 brasileiros foram presos tentando embarcar com drogas no
aeroporto de Fortaleza. Os traficantes ou mulas agem conforme a procura
diferenciada das drogas. Cocaína e maconha estão na lista dos
entorpecentes que são exportados para europa e ásia. Já comprimidos de
ectasy e LSD são importados de países europeus para o Brasil.
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Fonte:
Diário do Nordeste
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