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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Desafio Jovem pede ajuda

A ONG funciona hoje com a sua capacidade de internação reduzida em 50%, por conta dos problemas financeiros
 
A pintura e manutenção dos cômodos que atendem os pacientes, assim como melhorias nos banheiros e na quadra de esportes, estão entre as prioridades da instituição
RAFA ELEUTÉRIO
Solidariedade é a palavra-chave para amenizar ou, quem sabe, resolver a situação difícil pela qual a Organização Não-Governamental (ONG) Desafio Jovem está enfrentando. Realidade esta que coloca em xeque o serviço e o amparo oferecidos aos dependentes químicos que buscam ajuda no local.

A primeira casa de recuperação de usuários de drogas e álcool estabelecida na Região Nordeste, mais especificamente no Ceará, enfrenta neste momento uma das suas mais graves crises financeiras.

Sobrevivendo basicamente de doações vindas da população, a instituição, fundada no ano de 1975 pelo já falecido médico Silas Munguba, realiza cerca de 600 atendimentos ambulatoriais e possui 20 pacientes internados em suas instalações. Contudo, o local poderia internar 40 pessoas, número máximo de sua capacidade.

Problemas, como funcionários com salários atrasados há mais de 90 dias e falta de investimentos na infraestrutura do local por conta do déficit financeiro, impossibilitam que mais dependentes químicos e suas famílias recebam ajuda.

Melhorias nos banheiros e na quadra de esporte da instituição, pintura e manutenção dos cômodos que atendem os pacientes estão entre as prioridades a serem executadas.

Perfil
Segundo Wesley Moreira, captador de recursos do Desafio Jovem, a organização atende tanto em regime de internação quanto de ambulatório. Os pacientes que são encaminhados para o internamento ficam no local de três a nove meses, recebendo tratamento de uma equipe multidisciplinar, envolvendo psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, etc. Cada interno, conforme o captador, custa para a ONG cerca de R$ 1.200. "Precisamos da ajuda da sociedade e de todos que se sensibilizam com a causa. Estamos atendendo pessoas vítimas do crack sem condições financeiras e estruturais", afirma.

Wesley Moreira comenta que o perfil dos usuários que procuram auxílio na organização comparado com aqueles de dez anos atrás está mudando. Antes, grande parte estava envolvida com álcool, maconha e psicotrópicos. Hoje, em 80% dos casos, os pacientes são usuários de crack e possuem entre 16 e 28 anos de idade. "Já estamos atendendo vítimas do Oxi também, uma droga mais forte e mais barata que o crack", relata.

Convênio
Assim, para conseguir prestar atendimento e assistência a todas essas pessoas e suas famílias, o Desafio Jovem aguarda, além das doações da sociedade, a efetivação do convênio firmado com o Governo do Estado. A espera pelo repasse do montante já chega a seis meses. A partir deste acordo, a instituição receberia R$ 18 mil durante 12 meses, segundo Wesley.

A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informa que até no máximo a próxima sexta-feira, dia 09, a organização receberá a primeira parcela do convênio. Além do Desafio Jovem, o Governo do Estado firmou parceria ainda com as ONGs Leão de Judá, Comunidade Shalom e Mãe Divina.

Conforme a Sesa, o convênio firmado é uma maneira de o governo oferecer auxílio aos dependentes químicos. O valor deverá ser aplicado para atender cerca de 15 pacientes em cada uma das organizações que participam do acordo.

"A cada seis meses, o convênio é renovado. Os atrasos são motivados por conta de alguma pendência da instituição, já que para receber o montante é necessário seguir critérios estabelecidos pela Secretaria", informa a assessoria de imprensa da Sesa.

Além do tratamento e auxílio dispensados aos dependentes químicos e familiares, o Desafio Jovem ainda realiza iniciativas de prevenção e de orientação.

Como exemplo deste tipo de ação, a organização recebe hoje, segunda-feira, dia 5, em suas instalações o ex-jogador de futebol Sérgio Alves.

O objetivo da palestra que será ministrada pelo ex-atleta é mostrar a importância da prática dos esportes no combate ao uso de entorpecentes, na sua libertação, ressocialização e total recuperação.

Acordo
18 mil é o valor que o Desafio Jovem e outras três ONGs deverão receber a cada mês, conforme convênio estabelecido com o Governo do Estado e as instituições

600 Atendimentos ambulatoriais são realizados todos os meses no Desafio Jovem. Além destes, o local mantém internados, hoje, 20 dependentes químicos

JÉSSICA PETRUCCIREPÓRTER
 
Fonte:  Diário do Nordeste

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