Os universitários no país estão levando ao pé da letra a expressão "sexo, drogas e rock and roll".
O primeiro levantamento nacional sobre Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas do governo federal aponta que quase a metade dos estudantes de ensino superior (49%) já experimentou drogas ilícitas pelo menos uma vez na vida.
Em relação à bebida, 86% dos universitários disseram já ter consumido álcool. Entre os entrevistados, 40% usaram duas ou mais drogas nos últimos 12 meses e 43% disseram "já ter feito uso múltiplo e simultâneo" dessas substâncias.
O levantamento ouviu cerca de 18 mil jovens de 100 universidades e faculdades públicas e privadas das 27 capitais brasileiras. No Espírito Santo, foram entrevistados estudantes da Ufes, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), da Univix e da Faculdade Brasileira.
A pesquisa, desenvolvida pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), também levanta questões relacionadas à vida sexual dos jovens. Cerca de 9% fazem sexo sem proteção e 8% já fizeram (ou induziram) um aborto. Além disso, 3% já forçaram ou foram forçados a fazer sexo e 41% já fizeram o teste para detectar o vírus HIV.
Um dos motivos que podem explicar os resultados é que a adolescência é uma fase em que acontece todo o tipo de experimentação, segundo o mestre em Psicologia Francisco de Assis Lima Filho. "Eles estão em uma época de descoberta e as drogas podem virar referência. Isso pode ocorrer quando há perda dos valores familiares", afirma.
O estudante da Ufes T., tem 19 anos mas começou a beber aos 16. Ele também já usou maconha e cocaína. "Experimentei algumas vezes quando estava no ensino médio. Mas usaria de novo agora que estou na faculdade".
Cada vez mais cedo
O acesso a bebidas é fácil para adolescentes e jovens, mesmo para menores de idade. A pesquisa revela que 80% dos menores de 18 anos já consumiram algum tipo de bebida alcoólica. "Fazer uso do álcool é uma forma do jovem pertencer a um grupo. Mas é importante saber a intensidade", diz o psicólogo da área técnica do programa de Saúde do Jovem da Prefeitura de Vitória, Herlan Peixoto Wagner.
A universidade é um ambiente propício para diferentes situações, mas os pais precisam ficar atentos a esse processo. "Mesmo com a liberdade maior, é dever da família cuidar e orientar. O filho tem, sim, que dar satisfação dos seus atos", ressalta a psicóloga especialista em Família e Educação, Adriana Müller.
Análise
Nunca é tarde para impor limites...
Adriana Müller
Psicóloga especialista em família e educação
É preciso conversar com os filhos sobre sexo e álcool antes dos problemas surgirem. Responda a três perguntas:onde seu filho está agora? Com quem ele está? O que está fazendo? O pai que sabe as respostas pode ficar tranquilo, mas quem estiver em dúvida tem que conversar com o filho. Nunca é tarde para isso. Numa situação de primeiro porre ou uso de drogas, por exemplo, é preciso conversar e voltar a estabelecer limites. Pergunte o que aconteceu, oriente-o quantos aos riscos que ele corre, conheça os amigos com quem ele sai. Os pais têm direito de ficar chateados, mas não deixe a conversa para o outro dia.
Os (maus) hábitos na universidade
49% já experimentaram alguma droga ilícita pelo menos uma vez na vida
80% dos menores de 18 anos já consumiram algum tipo de bebida alcoólica
86% já fizeram uso na vida de álcool e 47% de produtos de tabaco
22% estão sob risco de desenvolver dependência de álcool e 8% de maconha
36% beberam cinco ou mais doses alcoólicas (homens) e quatro ou mais doses (mulheres) dentro do período de duas horas nos últimos 12 meses e 25% nos últimos 30 dias
40% usaram duas ou mais drogas nos últimos 12 meses
43% relataram já ter feito uso múltiplo e simultâneo de drogas na vida
18% dirigiram sob efeito de álcool e 27% pegaram carona com motorista alcoolizado
9% não usam métodos contraceptivos
3% já forçaram ou foram forçados a fazer sexo
41% já fizeram teste de HIV
8% já fizeram (ou induziram) aborto
Outras conclusões:
O uso de substâncias ilícitas (geral) é maior entre os universitários das regiões Sul e Sudeste, de instituições privadas, da área de Humanas, do período noturno e por universitários com idade acima dos 35 anos...
O uso de maconha é maior entre os universitários norte-americanos e o uso de inalantes é maior entre os universitários brasileiros
O risco de desenvolver abuso/dependência para maconha é maior entre os homens e de anfetamínicos e tranquilizantes entre as mulheres
A prevalência de abuso de álcool foi maior entre os universitários do que na população geral. Já a dependência foi encontrada com maior prevalência para a população geral
Calouros dentro da Ufes, mas veteranos no uso de bebida alcoólica
Os três amigos J. E. e R. são calouros na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), mas já passaram por um bocado de coisas antes mesmo de vivenciar os anos do ensino superior. Todos fazem uso regular de bebida alcoólica e um deles já experimentou maconha.
"Moro em um bairro onde é natural usar drogas. Se for para fumar alguma coisa prefiro que seja maconha, o cigarro me incomoda. Também é normal para mim beber. É mais barato", diz R., que tem 19 anos.
Há um ano ele mantém relações sexuais com a namorada, sem camisinha. "O sexo é melhor sem o preservativo, mas já fiquei preocupado três vezes pensando que ela estava grávida. Mas agora ela vai tomar pílula", conta o estudante.
O álcool está presente na vida de J. desde os 14 anos. Hoje com 17, ele diz beber de tudo e brinca ao falar sobre o assunto. "Não penso em experimentar outras drogas, mas a bebida eu nunca vou largar. Toda semana eu saio com os amigos, vou a qualquer festa para beber, principalmente cerveja", afirma.
Mais reservado, E., 17 anos, diz que começou a ingerir bebida alcoólica há um ano. "Vou continuar bebendo. Acho que faz parte da vida acadêmica esse tipo de experiência, mas tenho a convicção de que não vou usar drogas, como maconha", diz o universitário.
Álcool é a substância mais usada na Ufes...
Um estudo feito com 637 alunos dos cursos de Biomédicas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em 2008, revelou que 12% fazem uso de álcool com freqüência, entre seis e 19 vezes por mês. Outros 5% admitem fazer uso pesado de álcool, o que corresponde a mais de 20 vezes no mesmo período.
Foram ouvidos estudantes de 17 a 22 anos de Medicina, Enfermagem, Odontologia e Farmácia. Esses últimos foram os que revelaram maior intimidade com o álcool. Mais de 18% disseram beber constantemente. Outros 8% disseram fazer uso pesado de álcool, num nível que os especialistas já consideram como dependência. Considerado uma droga lícita, o álcool não é o única substância psicoativa usada pelos futuros médicos, enfermeiros, dentistas e farmacêuticos.
Na pesquisa, quase 25% dos estudantes de Odontologia afirmam que já experimentaram solventes, percentual que é de 18% entre os de Farmácia. O percentual dos que já experimentaram maconha varia entre 6,7% (obtido entre alunos de Enfermagem) e 11,3% (registrado entre os de Odontologia).
"Alguns tomam ansiolíticos para não ficar ansiosos com provas e plantões. Outros usam anfetaminas para aguentar um plantão à noite seguido de aula", disse, na época, a coordenadora científica do Núcleo de Estudos de Álcool e outras Drogas da Ufes, Marluce Miguel Siqueira.
Tomo tudo quanto é bebida desde os 14 anos. Comecei com vodca e cerveja, mas hoje também bebo uísque, absinto... Não vou parar de beber"
J. 17 anos, estudante da Ufes
Comecei a beber há um ano e acho que não vou mais parar. Acho que consumir bebida alcoólica faz parte desse período da universidade, mas não vou usar drogas"
E. 17 anos, estudante da Ufes
Acho que vai ser um processo natural voltar a usar drogas na universidade. O álcool é normal na minha vida e também sempre transei sem camisinha"
R. 19 anos, estudante da Ufes
Fonte: Rádio Piúma/ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Archbishop Keleher has died
Há 2 semanas
No período em que circulei no campa foi o tempo onde eu presenciava muita maconha bebidas alcoólicas e muito sexo, não precisava andar muito no próprio departamento parecia Sodoma tudo era possível, já estava sem fazer uso da bebida alcoólica e ver as festa chamadas de calourada era uma loucura.
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