No Brasil não há estudos sobre mulheres fumantes com ocorrência de câncer de mama.
Um relatório, publicado na revista Archives of Internal Medicine, revela um dado assombroso - "mulheres que fumam por muitos anos, sobretudo antes da menopausa, e antes de ter filhos, correm mais risco de desenvolver câncer de mama". Os dados coletados por várias instituições médicas e pela Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, chegaram a essa conclusão depois de analisar 111.140 mulheres, que fumaram entre 1976 e 2006, e 36.017 mulheres, de 1982 a 2006, que eram fumantes passivas. Deste total, 8.772 desenvolveram câncer de mama durante o acompanhamento.
Diante destes resultados, os cientistas associaram o câncer de mama ao maior tempo de tabagismo, atual e passado, a quantidade de cigarros fumados por dia, e a idade de iniciação ao vício, como os fatores de maior risco. O fumo antes da menopausa foi associado ao risco de câncer de mama. Após a menopausa, o risco pareceu ser ligeiramente menor. No entanto, o documento mostra que "o fumo após a menopausa pode reduzir ainda mais os já baixos níveis de estrógeno (hormônio feminino) da mulher no período". Já o fumo passivo na infância ou na idade adulta, segundo o estudo, não mostrou relação com o aumento no risco de câncer de mama.
CONTROVERSA
O delegado regional da Sociedade Brasileira de Mastologia, Paulo Gil Katsuda, explica que o cigarro sempre foi uma controversa em relação ao câncer de mama. "Não é controversa a sua influência em relação a tumores vias respiratórias (desde amídala, laringe, língua, lábios, brônquios, pulmão), bexiga, intestino, colo de útero entre outros". Segundo ele, no câncer de mama, o cigarro estaria relacionado com o efeito carcinogênico de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e de aminas aromáticas, para os quais o fumo é a principal rota de exposição. "Estas substâncias são comprovadamente indutoras de câncer. Em contrapartida, na pós-menopausa o cigarro tem uma ação antiestrogênica, e os tumores mamários aumentam com o estrogênio, sendo uma diminuição relativa do estímulo mamário por esta ação, mas ainda com os agentes cancerígenos agindo", diz o mastologista.
DADOS
Katsuda observa que não se tem dados estatísticos, no Brasil, do número de mulheres tabagistas com câncer de mama, nem quantas mulheres seriam prejudicadas pelo vício ou prejudicadas por ele. "Chamo o cigarro de agente cancerígeno lícito mais usado no mundo, e devemos sempre tentar evitá-lo", defende. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), foram 49.240 novos casos em 2010 (em 2003 esse número era 41.610); no ano de 2008 foram 11.860 mortes. "A cada 36 minutos morre uma mulher pela doença no Brasil", diz. Para as mulheres que fumaram ou abandonaram o cigarro, o médico recomenda "hábitos alimentares saudáveis ricos em fibras, não se tornar alcoólatras, praticar atividades físicas regulares, manter o peso (obesidade aumenta o risco), amamentar, evitar radiações e contatos com pesticidas de lavoura. É importante, também, evitar gorduras saturadas".
Fonte: Lr1
Fotos: Giuliano
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