Você já deve ter lido alguma vez na vida que doses moderadas de vinho fazem bem ao coração. Entretanto, sociedades médicas do Brasil e do mundo, incluindo a American Heart Association (Associação Americana do Coração), não recomendam o hábito como medida de prevenção e, muito menos, de tratamento de doenças vasculares. Durante as últimas décadas, vários estudos têm sido publicados sobre a redução na mortalidade por doença cardíaca em algumas populações. Alguns pesquisadores sugeriram que o benefício poderia ser devido ao consumo de vinho, particularmente o tinto.
A bebida feita a partir da fermentação do suco de uva é rica em uma substância, da família dos polifenóis, chamada resveratrol. "O primeiro benefício apontado em decorrência deste composto é seu potencial antioxidante", explica a nutricionista e pesquisadora do Instituto do Coração (Incor) de São Paulo, Fernanda Reis de Azevedo. Entretanto, ela afirma que dependendo do tipo de uva, da fermentação e da safra, o vinho pode ter mais ou menos polifenóis.
Em qualquer doença vascular difusa, ou seja, cardiocirculatória, agentes oxidantes tendem a piorá-la, enquanto os antioxidantes são capazes de inibir a ação dos radicais livres, que têm efeito devastador no processo de envelhecimento do organismo. Alguns destes componentes podem ser encontrados em outros alimentos, como no suco de uva, castanha, cacau, tomate, soja e chá verde.
"A relação com o menor índice de acidentes vasculares em populações mediterrâneas, por exemplo, pode ser devido a outros fatores de estilo de vida não relacionados à bebida", afirma o cardiologista do Incor, Bruno Caramelli. Estes fatores podem incluir o aumento da atividade física e uma dieta rica em frutas, legumes e peixes, além da baixa ingestão de gordura saturada. "Não há estudos de comparação direta para determinar o efeito específico do consumo de vinho no risco de se contrair uma doença cardíaca", alerta.
O que se sabe, de fato, é que beber mais álcool aumenta o risco de alcoolismo, hipertensão arterial, diabetes, triglicérides, obesidade, AVC, arritmia e câncer de mama. Além disso, é possível prever que o alcoolismo se torne um problema para a vida de muitas pessoas. Levando em conta esses e outros riscos, a recomendação é para que não se comece a beber. Pergunte ao seu médico sobre os riscos de se consumir álcool.
Fernanda esclarece que, além de não melhorar a saúde de quem não possui o hábito de beber, as doses da bebida, associadas ao benefício potencial, precisam ser moderadas. "É perigoso, por exemplo, acumular as quantidades indicadas para ingerir tudo de uma vez só no fim de semana", diz. Assim como o chocolate, a superdosagem de vinho só fará mal à saúde.
Autor: Minha Vida
Fonte: Uol Notícias
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